sábado, maio 17, 2008



É POSSÍVEL DIVIDIR O REINO DE

DEUS?

Pr. Onildo Braz





Qualquer pessoa de bom senso pode observar que o número de igrejas em nosso País vem aumentando significativamente. Em 1991 foi constatado que nós evangélicos éramos 9% da população nacional. Depois de 10 anos chegamos a 15,5%, segundo dados do IBGE, e no ano passado, de acordo com dados do Data Folha, já éramos 22% de toda população. Os evangélicos vêm crescendo num processo relativamente novo em relação às igrejas católicas. O aumento ocorreu, sobretudo, a partir da década de 70, quando crescia o movimento Pentecostal e os neo-pentecostais se faziam mais presentes através da mídia radiofônica e televisiva.

Diante da pesquisa, cabe-nos a pergunta: Será que podemos nos vestir de um sentimento ufanista afirmando que esse crescimento é sinal de um grande avivamento ou ele é o sinal claro de uma grande divisão no reino de Deus?

Os céticos acreditam que esse aumento faz parte de um tremendo engodo, na verdade, são espertalhões que estão se valendo da inocência de nossa gente para enriquecer, e para tanto usam todos os tipos de artimanhas.

“Certo crítico chegou a afirmar, que a religião é o ópio do povo nas palavras de Marx; o delírio da verdade pelas palavras de Freud; a esterilização/destruição de tudo quanto é nobre na vida através das palavras de Nietzsche; seu apelo é o sobrenatural, ou seja, a ocultação das formas de entendimento dos fenômenos que nos permitem avançar na história, em detrimento das verdades absolutas (dogmas). Um exemplo clássico e a igreja católica. Ela trancou a humanidade na escuridão por muitos anos, matou e torturou em nome de Deus, roubou ainda mais a pobreza, apoiou a escravidão, sustentou reis e tiranos, ensinou homens a matar em nome do sagrado, surrou inocentes no tronco e apodreceu corpos em calabouços, escravizou mulheres e crianças, transformou a sexualidade em demônio que habita o corpo, atrasou e roubou a humanidade de todas as piores formas possíveis, tornou-se e ostenta, o símbolo da riqueza e do poder às custas da miséria humana. Foi preciso muito sangue e muitos séculos para mudar essa realidade. Em seu entender, a história parece querer se repetir, embora por outras palavras e outros meios, mas com as mesmas farsas e os mesmos demônios: Neo-pentecostalismo.”

Não sou cético, muito menos desconsidero o trabalho eficiente de muitos homens de Deus, que estão plantando “igrejas livres”, e que tem representado uma verdadeira bênção para nossa Nação. Entretanto, eu seria hipócrita se dissesse que nunca me fiz alguns questionamentos acerca desse tema, se não vejamos:

Será que ao estabelecer uma igreja/denominação, e consagrar inúmeros pastores, a motivação desses “Líderes” tem sido para expandir o reino de Deus, ou é para montar impérios pessoais que servirão para segregar, oprimir e dominar o povo mais simples? Porque determinadas pessoas que possuem dons proeminentes, acreditam ser vocacionadas para liderar um ministério denominacional? Qual o crivo para reconhecer nessas pessoas o chamado para ser plantadores, a academia, os conselhos, ou a experiência? Existe um tempo para aprovação desses novatos? A academia, os conselhos ou as convenções ensinam a diferença entre sustento e enriquecimento? Porque esses fundadores desprezam as regiões mais simples e vão para as mais recompensadoras financeiramente? Porque não plantam onde ninguém plantou ainda? Etc.

Vejamos a declaração de Paulo aos Coríntios:

“Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. Pelo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; mas cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho. Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.” (I Co 3.6-8.).

Queridos do Senhor, diante do que a Bíblia ensina, não é possível dividir o reino de Deus, muito menos se apoderar de uma fatia dele. O que está se dividindo, é o reino dos homens com o nome de reino de Deus. Todos nós somos apenas remadores de uma grande embarcação, e não há espaço para o remador roubar, e muito menos ofuscar a glória do Comandante.

Que Deus, o Senhor do reino seja louvado!


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